Patrício Júnior
Prezados leitores, inicio essa epístola semanal colocando cartas à mesa, como quem desenha um oráculo e que a cada passo, vai construindo o seu próprio aprendizado.
Existe uma magia, ainda inexplicável, da satisfação em apresentar as primeiras letras, os primeiros sons fonéticos, a quem ainda não aprendeu a soletrar, a unir letras e palavras rabiscadas numa folha de papel, neste grande e interessante Projeto de Alfabetização que está acontecendo por essas cercanias do Vale.
Observando os alunos, que são, senhores, senhoras, mães, pais, avôs e avós, tios, sobrinhos, filhos, amigos e amigas, comadres e compadres, gente da rua, gente da roça, gente igual a gente, dá gosto observar a beleza que o aprendizado consegue imprimir a sua marca em todo esse povo. É como se fosse um acalanto para esperançar gente grande; um estímulo para multiplicar a vontade coletiva de que a educação é necessária e que as letras e os numerais também fazem parte de nossa vida. É como se essas mesmas letras fossem aqueles parentes que viviam longe e que agora voltaram para conhecer as suas famílias. Todavia, não há necessidade, nesse momento, de apontar culpados por esses “afastamentos” familiares, ou seja, o mais importante é trabalhar a consciência coletiva de que a missão da alfabetização está acima de qualquer motivo que não justifique pô-la em prática! A Alfabetização é um direito constitucionalmente garantido e, direito tem que ser praticado; direito é direito e, pronto!
Portanto, vamos alfabetizando o mundo, o mundo alfabetizado que busca de todos nós as atitudes necessárias para erradicar a fome das letras; combater a evasão escolar; contribuir, como cidadãos, para que nenhuma criança, jovem, adulto, idoso seja tolhido do seu direito de ser alfabetizado, no tempo certo, no seu tempo, aproveitando cada momento em sala de aula, tornando, com isso, a magia da alfabetização os momentos sublimes, inesquecíveis para essa gente que também deseja escrever e ler o verbo esperançar e tantos outros mais, em todos os seus tempos verbais, quiçá, coloquiais e urgentemente necessários.