Jair Bolsonaro prometeu todos votos do PL na Câmara contra a reforma tributária. Numa série de mensagens publicada no Twitter na manhã da terça-feira (4), o ex-presidente disse que “o presidente do Partido Liberal [Valdemar Costa Neto] e seu líder na Câmara dos Deputados [Altineu Côrtes] encaminharão, junto aos seus 99 deputados, pela rejeição total da PEC da Reforma Tributária”. Segundo Bolsonaro, a “Reforma Tributária do PT” é “um soco no estômago dos mais pobres”. “A atual Reforma Tributária do PT vai na contramão do que fizemos. Caso tivesse um mínimo de coerência, o atual governo deveria manter a nossa política econômica que deu certo: menos impostos, mais arrecadação”, disse o ex-presidente.
Ex-presidente Jair Bolsonaro vai encaminhar junto aos 99 deputados do PL a rejeição da matéria
Destacando que seu governo bateu recordes de arrecadação mesmo após reduzir impostos, Bolsonaro disse que na proposta da reforma “o PT aumenta de forma absurda os impostos da cesta básica (arroz, açúcar, óleo, batata, feijão, farinha, etc.), cria um imposto seletivo para refrigerantes, produtos açucarados, carnes e bebidas alcoólicas, entre outros”.
“A PEC retira ainda a capacidade de investimento dos estados e subtrai recursos dos municípios. Agregue-se a isso o fantasma da taxação do PIX e o imposto sobre herança, [a]os quais somos radicalmente contra”, completou o ex-presidente.
A Câmara faz um esforço concentrado nesta semana para avançar com a reforma tributária, entre outras pautas econômicas do governo Lula.
“Não vou entrar na briga Bolsonaro x Lula”, diz relator
O relator da reforma tributária na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou, na terça-feira (4), que não entrará no conflito entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a tramitação da matéria no Congresso Nacional.
“Essa não é uma reforma de direita, nem de esquerda, nem de centro. Essa é uma reforma do Brasil. Essa é uma reforma que eu não vou entrar em briga de Bolsonaro com Lula, nem com ninguém. A gente está pensando nos municípios, nos estados e na economia do nosso país”, disse.
Ao fim do evento, Aguinaldo afirmou que ainda não há consenso sobre todos os pleitos levantados pelos prefeitos. Além do evento da CNM, prefeitos que integram a Frente Nacional dos Prefeitos (FNM) realizam ato em Brasília nesta tarde para defender uma reforma tributária “mais igualitária”.
Também nesta terça, governadores de oito estados debatem a proposta em evento na capital federal. Gestores estaduais temem perda de arrecadação.