Os altos níveis de colesterol, tipo de gordura que desempenha funções diversas no organismo, também pode ser constatado em pessoas com um estilo de vida saudável devido a fatores genéticos. É o que aponta o médico cardiologista Ferdinand Saraiva, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologista do Rio Grande do Norte (SBC- RN). A informação foi repassada durante entrevista ao Tribuna Livre, da Jovem Pan News Natal, nesta quinta-feira (8), Dia Nacional do Combate ao Colesterol.
Embora o estilo de vida possa influenciar os altos níveis de colesterol, Ferdinand Saraiva adverte que maus hábitos nem sempre estão associados ao problema. Isso porque 80% da substância é produzida pelo organismo, enquanto apenas 20% é proveniente da dieta. Por conta disso, por exemplo, pessoas com hábitos saudáveis podem apresentar alterações negativas de gordura no sangue.
O motivo para esse cenário é que os fatores genéticos tendem a ser os mais decisivos para a hipercolesterolemia (aumento da gordura) no sangue. “A Hipercolesterolemia familiar, formas genéticas que levam a produção excessiva do colesterol, é a doença genética mais comum. [A estimativa é que] uma de cada 200 pessoas tem uma forma genética de produzir colesterol em excesso”, complementa o cardiologista.
Ferdinand Saraiva reforça, portanto, que a dosagem do colesterol é fundamental para prevenir riscos cardiovasculares e cerebrais. Aliado a isso, alerta, o alto nível da substância só costuma dar sintomas quando há outras complicações de saúde associadas ao aumento de gordura nos vasos sanguíneos. “A estimativa é que 49% dos infartos na população sejam explicados pelo colesterol alto. Então imagine os benefícios que poderíamos trazer à saúde pública se pudéssemos controlar o colesterol”, ressalta.