Patrício Júnior
Historicamente, quando uma nação é invadida por outra, por exemplo, o mais recente conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia, estamos diante de diversos cenários geopolíticos, sociais e, principalmente, culturais, em que as atrocidades de uma guerra que, não poupa ninguém, diga-se, soldados e civis, vem escancarando em tempo real a exibição da sua face mais cruel.
O barulho das explosões das bombas e o rastro de destruição indescritível não poupam ninguém: até o Papa que é pop (assim diz a letra da música) ainda não conseguiu ter o seu pedido atendido para ser o mediador nessa barbárie, imagine aquelas pessoas que não têm mais para quem pedir socorro.
Observei com bastante atenção que entre os alvos preferidos do exército russo, estão as casas e edifícios residenciais, escolas, parques, hospitais e os teatros. Pasmem…! Todos esses são locais em que as pessoas estão reunidas, por um motivo ou outro, logo, atacar o ser humano é o alvo pretendido, pois, as pessoas detém o poder de mudar ou transformar um país, uma nação.
Particularmente, para o invasor russo, os ucranianos vivendo as suas rotinas e atividades normais, podem ser entendidos como inimigos: crianças nas escolas, nos parques, nos hospitais, nos teatros, nas suas residências; trabalhadores nas lidas, representam um perigo para o país que criou a vodka e o primeiro foguete artificial a orbitar o planeta Terra, o Sputinik! Sim, essas pessoas e tantas outras são os motivos reais de uma guerra insana, ainda que o império das antigas dinastias dos Kzares diga que não! O inimigo oculto é a cultura de um povo que já estava lá quando outras guerras destas dinastias expansionistas invadiram territórios, sufocando a língua-mãe ucraniana, inclusive!
Isso posto, resta dizer para a Rússia que a Cultura não é modismo: é a existência necessária que provoca um sentimento de pertencimento de um povo com suas práticas sociais e culturais. É a identidade primeira de qualquer povoamento humano; é a existência da urbe; é o desígnio da alma em que tantas almas, tanto de um lado como do outro, já foram penalizadas numa guerra com um pano de fundo cultural que se esconde entre explosões de horrores e um mau governante de um país importante e poderoso.
Putin: desista de brincar de guerra e respeite a cultura da Ucrânia; respeite esse povo que apenas deseja continuar sendo um bom vizinho e nada mais!