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Em Cabo Verde, Lula agradece “350 anos de escravidão”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu, durante discurso em Cabo Verde, país localizado na costa noroeste da África, pelo que “foi produzido” durante a escravidão no Brasil. A visita ao país não estava prevista na agenda do mandatário, mas, como a aeronave presidencial precisava ser abastecida, Lula aproveitou para encontrar o presidente José Maria Neves após ter participado da cúpula de Bruxelas, na Bélgica.

A visita ao país não estava prevista na agenda do mandatário, mas foi necessária para abastecimento

“Nós temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país. Nós achamos que a forma de pagamento que um país como o Brasil pode fazer é [inaudível] em tecnologia, a possibilidade de formação de gente para que tenha especialização nas áreas que o continente africano precisa, ajudar na possibilidade de industrialização e agricultura”, disse Lula.

Ele ainda aproveitou a fala para fazer uma crítica velada ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nós queremos, agora, com a minha volta, recuperar a boa e produtiva relação que o Brasil tinha com os países do continente africano”, disse o petista.

“O Brasil é muito grande, tem muita possibilidade de ajudar o continente africano em muitas áreas. Se nós não tivéssemos um governo negacionista, o Brasil poderia ter produzido vacina contra a Covid-19 e poderia ter ajudado o continente africano. Nós tivemos um desgoverno, que não cumpriu com o que era essencial de cuidar do ser humano. O Brasil voltou à democracia”, completou Lula.

A escravidão foi um regime que matou, estuprou e explorou milhares de negros africanos e indígenas para a construção do Brasil colônia. Africanos foram trazidos de seus países, em “navios negreiros”, com a única finalidade de servirem de mão de obra, sem qualquer remuneração ou dignidade. O regime só teve fim em 1888, com a assinatura da Lei Áurea.

Agressão à Moraes: “animais selvagens”

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparou os supostos agressores do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes a “animais selvagens”. A declaração ocorreu durante entrevista coletiva realizada em Bruxelas, na Bélgica, onde o mandatário brasileiro participa da cúpula que reúne países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE).

“Nós precisamos punir severamente pessoas que ainda transmitem o ódio, como o cidadão que agrediu o ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma. Um cidadão desse é um animal selvagem, não é um ser humano. O cidadão pode não concordar com a pessoa, mas ele não tem de ser agressivo, não tem de xingar”, afirmou.

“Essa gente que renasceu no neofascismo colocado em prática no Brasil tem de ser extirpada. E nós vamos ser muito duros com essa gente, para eles aprenderam a voltar a ser civilizados. Nós queremos paz, trabalho, emprego, educação, saúde e viver bem. É isso o que o Brasil quer”, destacou o presidente.

Lula fez o comentário ao responder questionamento sobre as articulações políticas para a reforma ministerial. “Quem discute ministro é o presidente da República. Não é o partido que pede ministério. É o presidente da República que oferece”, ressaltou Lula.

Agressões a Moraes

O ministro Alexandre de Moraes foi hostilizado na última sexta-feira (14/7) por um grupo de brasileiros no aeroporto internacional de Fiumicino, em Roma.

Moraes retornava ao Brasil com a família quando foi abordado por três brasileiros que o chamaram de “bandido, comunista e comprado”. O grupo era composto por uma mulher e dois homens.

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