Exportações do Rio Grande do Norte crescem 143%

O Rio Grande do Norte registrou volume de US$ 137,4 milhões em exportações nos meses de janeiro e fevereiro de 2022, um aumento de 143,6% em relação a igual período de 2021. É a maior alta para o recorte, dentro da série histórica, que teve início em 2011. Os dados são do Ministério da Economia. As exportações de óleo diesel são as responsáveis por grande parte desse crescimento (40% do total).

De acordo com o Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), as exportações  de melão, melancia, açúcar, sal e peixes vêm em seguida, com os maiores valores exportados  e todos com evolução positiva em relação ao ano passado. A Fiern também destaca que as vendas para o exterior cresceram se comparados apenas os meses de janeiro e fevereiro deste ano. Neste caso, o aumento foi de 37,4%. 

Os números apontam, ainda, para um  aumento de 172% se comparados apenas o mês de fevereiro deste ano com igual período do ano passado. Além dos itens destacados pela Fiern, produtos como tecidos de algodão, mamão, pedras preciosas, chapas plásticas, lagostas, frutas secas e castanha de caju, contribuíram para o bom desempenho do RN nas exportações no primeiro bimestre de 2022.

O responsável técnico do Centro Internacional de Negócios da Fiern, Luiz Henrique Moreira Guedes, explicou que “o óleo diesel tem sido um fator muito marcante no comportamento das exportações e por isso é importante demonstrar o crescimento do Estado com e sem ele”.  O gerente de Negócios, Inovação e Tecnologia do Sebrae-RN, David Góis, afirma que a exportação de óleo diesel está atrelada às negociações da Petrobras e que o termômetro para avaliar como anda o cenário local, são os demais produtos.

“Tivemos aumento de 7,7% na exportação de melão e dobramos o volume exportado de melancia nesse período. Tivemos também um incremento no açúcar e no sal. Esses são produtos que traduzem a dinâmica da nossa economia”, pontua Góis. 

Os dados, segundo ele, dão uma dimensão do cenário de exportações no Rio Grande do Norte e da capacidade do mercado local de continuar em alta. “A dinâmica de crescimento indica que nossos fornecedores e empresas estão em condições de aumentar volume a partir da alta do dólar. Isso faz com que nossas empresas faturem mais com a questão cambial, o que impacta no número de empregos e na circulação de dinheiro na economia”, relata. 

Para este mês de março, a expectativa é de que não haja efeitos negativos para as exportações no Rio Grande do Norte, mesmo com o conflito entre Rússia e Ucrânia em curso.  “Não deve haver efeito negativo em março devido ao conflito. A safra de melões está no final e normalmente há uma redução acentuada para esse produto e também de melancias nesse período, retornando em setembro”, explica Guedes, da Fiern.

“Se [o conflito] se prolongar por muito tempo, poderá haver reflexos  mais adiante,  mas é muito difícil prever, especialmente se a gente falar da balança comercial como um todo. Um dos efeitos mais palpáveis é o aumento no preço do trigo, um item importante das nossas importações. Mas, no geral, os mercados específicos da Rússia e Ucrânia não têm relevância para o RN”, complementou Guedes, em seguida.

 Para David Góis, do Sebrae, o RN também não sentirá os efeitos da guerra entre os dois países do Leste Europeu. “A Europa consome, prioritariamente, frutas. São produtos já contratadas pelos importadores de lá. Nossos demais produtos são mais direcionados aos Estados Unidos, como peixes e lagostas. Sem falar que os EUA não estão envolvidos diretamente nesse conflito. Não identifico, na nossa pauta, produtos que possam sofrer com esses problema na Europa”, sublinha Góis.

Segundo ele, é pouco provável que a balança comercial do RN sofra algum impacto com o conflito nos próximos meses, uma vez que, avalia, o consumo de frutas e demais produtos alimentícios, deve aumentar em alguma regiões. A expectativa, de forma geral, é positiva. “Nós não temos o detalhamento dos contratos firmados das grandes empresas de frutas lá em Mossoró ou no Vale do Açu, porém, com a alta do dólar e esse crescimento nos dois primeiros meses do ano, nós estamos otimistas que essa pauta permaneça em movimento crescente. O esforço do Sebrae é aumentar nossa base exportadora e também o valor agregado dos produtos exportados. Estamos junto com os parceiros trabalhando nesses sentido”, destaca.

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