Girão no PL pode ajudar ou atrapalhar projeto de reeleição de Joao Maia?

As especulações no mundo político potiguar de que o deputado General Girão, eleito pelo PSL mas já desfiliado da sigla, pode se filiar ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro atualmente, tem movimentado o tabuleiro de xadrez político e talvez tirado o sono do deputado federal João Maia, presidente estadual da legenda.

Explica-se: João Maia vem tendo problemas para formar uma nominata forte no PL para que a legenda atinja o quociente eleitoral e garanta ao menos uma cadeira na Câmara Federal, para ele tentar a reeleição como mais votado do partido, o que é provável que aconteça.

Nas eleições de 2018, o quociente eleitoral ficou em 202.353 votos, ou seja, com este número o partido ou coligação elegia um deputado, embora no somatório final e na divisão de cadeiras fosse possível eleger um deputado com menos votos. Tudo indica que o quociente este ano ficará nessa faixa, portanto o PL terá de repetir esses números em 2022, ou no mínimo 160 mil votos (80% do quociente), segundo a nova regra, para eleger deputado federal.

Neste raciocínio, João Maia sonha com candidatos com votação expressiva. A questão é: Indo para o PL, é certo que as votações de Girão e João somados aos demais candidatos chegarão aos 200 mil do quociente garantindo a eleição de um deputado. A pergunta que se faz é: Qual dos dois será o mais votado?

Porque em 2018 João Maia teve 93.505 votos pelo mesmo PL. Mas, Girão, à época pelo PSL, partido onde foi eleito o presidente Jair Bolsonaro, teve 81.640 votos. Uma diferença de menos de 12 mil votos entre os dois. Com os dois disputando o mesmo cargo é possível prever que a votação de ambos será parelha.

Mais que isso: Ambos também devem ter votação menor este ano. Girão devido ao desgaste do Governo Bolsonaro e ao fato de 2022 ter uma dinâmica diferente da “onda militar-conservadora” que dominou o pleito em 2018. João Maia porque talvez enfrente um adversário novo à Câmara, não no aspecto ideológico, mas geográfico, já que o cunhado Jaime Calado (PROS) pode ser candidato a Federal e tirar votos que João tinha como certos em colégios eleitorais importantes como São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Parnamirim.

Nesta conjunção de fatores, Girão e João deverão ter votações muito próximas. E Maia sabe que pode ser ele a ficar sem o mandato, ainda que precise de ´puxadores de votos` no PL. Um paradoxo que ele terá de resolver. Por outro lado, se Girão for para o PL para concorrer ao Governo do Estado, como se especula, ajuda João no sentido de oferecer um palanque definido para a campanha, mas, o radicalismo que Girão levará à campanha afastará de Maia eleitores moderados.

João Maia tem outra questão interna para administrar: Se nacionalmente o PL virou bolsonarista, no Rio Grande do Norte os três deputados estaduais do partido, Kleber Rodrigues, Ubaldo Fernandes e George Soares, dão sustentação ao Governo Fátima Bezerra.

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