O ex-senador Garibaldi Filho (MDB) admite que continua em aberto o diálogo com o PT em torno de alianças para as eleições de 2022, mas não afasta conversas com a oposição, mediante recentes declarações do chefe do Gabinete Civil do Estado, Raimundo Alves Júnior, restringindo a possibilidade do MDB vir a indicar o candidato a vice-governador numa chapa liderada pela governadora Fátima Bezerra (PT).
Para Garibaldi Filho, o secretário Raimundo Alves “foi realista”. Mas no que toca ao MDB, “estamos na expectativa de que esse cenário venha a se tornar mais claro”.
Raimundo Alves afirmou, na quarta-feira, que a ampliação de uma aliança política com partidos que já apoiam a atual gestão visa dar governabilidade a um novo governo Fátima Bezerra, não está restrita apenas a indicação de candidato a vice, mas também sobre participação no futuro governo.
Garibaldi Filho disse ontem que o presidente estadual do MDB, deputado federal Walter Alves, conduz essas discussões, no entanto, considera que “a situação não permite que se possa abrir mão da possibilidade de dialogar”.
Segundo Garibaldi, “o que quero fazer crer e acredito que Walter venha a corroborar comigo, é que não estamos em busca de uma solução troca de favor ou procura de cargos”.
O ex-senador que já se declarou como pré-candidato a deputado federal, disse que o objetivo é “a afirmação do partido, com o maior conforto do ponto de vista político”.
Em nível nacional, o MDB discute a possibilidade de compor uma federação com o PSDB e o União Brasil (fruto de fusão DEM/PSL), que pode trazer reflexos para alianças políticas nos estados.
Garibaldi Filho afirmou que vem acompanhando as notícias sobre essas negociações, mas não tem participado diretamente das tratativas. “Esses partidos têm alguma identidade, não resta dúvida, agora, o problema é pacificar os conflitos estaduais”, reconheceu.
Caso o deputado federal Walter Alves decida se candidatar a deputado estadual e venha a se eleger, com a possibilidade de concorrer à presidência da Assembleia Legislativa, Garibaldi Filho disse o seguinte: “Fica difícil fazer planos diante de uma situação que só vai se apresentar depois da eleição”.
A respeito de um diálogo com o presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), que está sendo cogitado para sair candidato a governador, o ex-senador afirmou que “a oposição precisa ter um candidato viável ao governo, porque ninguém pode discutir nada hoje [sem um nome confirmado]”. “Não é problema de projetos e de programas, é de candidatos que não existem”, acrescentou.
Porém, Garibaldi disse que Ezequiel Ferreira e Walter Alves “sempre tiveram um diálogo muito aberto”, desde que exerciam cargos juntos no parlamento estadual. “Eles dialogam muito, quanto a isso não há dificuldade, o problema realmente é a oposição se mostrar mais concreta em termos de candidaturas”.
A respeito de Walter Alves vir a ser candidato a vice numa chapa liderada por Ferreira, ele disse que não há como “se lançar candidato”, embora pondere que “os dois têm diálogos”.
Raimundo Alves coloca o MDB “como um partido importante, com uma capilaridade muito grande no interior do Estado, são 40 prefeituras”.
Porém, quando se fala em alianças políticas, ele disse que “nem tudo é cargo no processo eleitoral, mesmo dentro de uma chapa”, mas entende que é no processo eleitoral que se constrói as condições políticas para governar.
“Todo mundo que vier para esse projeto de reeleição da governadora, todas essas lideranças e partidos políticos vão governar”, declarou o secretário. Ele exemplificou que hoje, Fátima Bezerra governa junto com o presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira, então, numa hipótese, vai se governar com Ezequiel, MDB, PROS, PV, PSB, PSD.
