“Muitas felicidades… muitos anos de vida.”

Patrício Júnior

            Hoje um velho casarão da Terra da Poesia está completando mais um ano, após sua merecida reforma, tardia e necessariamente urgente.

            Estou falando do Cineteatro Pedro Amorim, desde a sua reinauguração fruto de uma parceria com a Petrobras e a Prefeitura Municipal de Assú; fruto dos anseios da nossa gente que viu e acompanhou, paulatinamente esse majestoso prédio ser corroído pela traça da indiferença política e a má gestão de quem de direito poderia ter feito benfeitorias e assim não o fez!  Todavia, a reprimenda recai também sobre todos nós que temos o dever de lutar pela manutenção de nossas heranças históricas e pelas memórias materiais e imateriais que fazem parte desse contexto que chamamos de cultura.

            Como é bom e agradável adentrar às instalações desse prédio e observar que hoje tudo está impecavelmente organizado: tapete; cadeiras; palco; som; iluminação; refrigeração interna; banheiros; camarins; pessoal de apoio; espaço de convivência respeitosamente batizado com o nome do grande poeta, João Fonseca; exposição permanente de nossas influências culturais e, acima de tudo, um espaço de portas abertas que convida o povo a conhecer o que temos de melhor em se falando de estrutura.

            Nesses nove anos de reinauguração, o nosso Cineteatro Pedro Amorim está saindo da infância e adentrando, daqui a pouco, na adolescência. É preciso, então, que tenhamos mais cuidado com esse precioso menino que um dia já foi um senhor e que retorna às nossas vidas com a mesma alegria dos rapazes dos anos 70 que assistiam aos filmes de faroeste, como também as mocinhas apaixonadas pelo galã francês, Alan Delon que, com seus olhos perigosamente azuis da cor do céu, faziam o coração bater no descompasso da paixão projetada na tela desse cinema.             É tempo ainda de recordar a presença marcante do nosso querido Dedé do Cinema que durante décadas organizou as filas, recolheu os ingressos e projetou na tela a magia dos filmes que somente os espetáculos podem oferecer.                                                É, por não dizer, apagar as velas desse aniversariante tão ilustre de nossa cidade e ter a certeza que muitos anos de glórias ainda virão e que, entre tropeços, idas e vindas, ainda cantaremos: “muitas felicidades… muitos anos de vida” para o nosso merecido Cineteatro Pedro Amorim, de ontem, de hoje e de sempre e de todas as gerações assuenses que orgulham-se desse patrimônio vivo, genuinamente nosso!

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