Oposição cobra de Pacheco defesa dos parlamentares

Parlamentares de oposição cobraram do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defesa das prerrogativas parlamentares, após o mineiro se manifestar em apoio às operações da Polícia Federal desta quinta-feira, 8, que atingiram o ex-presidente Jair Bolsonaro e o comandante do PL, Valdemar Costa Neto.

“É importante que o presidente entenda que o papel dele é ser presidente do Congresso Nacional. E, como presidente do Congresso Nacional, defender as prerrogativas dos parlamentares, defender a Constituição, defender a ordem, o devido processo legal, a harmonia entre os poderes e a separação entre os poderes”, afirmou o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. Mais cedo, Pacheco disse que ‘minoria irresponsável’ queria ‘Estado de exceção’ e prisão de autoridades.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que a tentativa de golpe de Estado investigada pela Polícia Federal foi uma “ação insensata encabeçada por uma minoria irresponsável”. Ele defendeu o aprofundamento das investigações dos “graves fatos”. Pacheco foi uma das autoridades citadas como possíveis alvos de prisão na minuta de decreto golpista descoberta pela PF. Segundo a investigação, o documento foi apresentado por Filipe Martins e Amauri Feres Saad ao então presidente Jair Bolsonaro.

“Ação insensata encabeçada por uma minoria irresponsável, que previa impor um Estado de exceção e prisão de autoridades democraticamente constituídas. Agora, cabe à Justiça o aprofundamento das investigações para a completa elucidação desses graves fatos”, escreveu Pacheco em nota.

Recentemente, Valdemar criticou Pacheco e o chamou de “frouxo” e “omisso” por permitir as ações da PF no Congresso e por não pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Os parlamentares aliados de Bolsonaro voltaram a dizer que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes estaria impedido de julgar as atuais operações, porque ele seria uma suposta vítima.
“Este processo atual, uma das principais peças que é a delação do Mauro Cid, é colocada de uma forma muito enfática pelo ministro Alexandre de Moraes de que ele estaria sendo monitorado e que ele seria ao final, aprisionado caso houvesse o pretenso golpe de Estado que ele alega existir nas investigações que ele faz”, disse Marinho

Marinho foi ministro do Desenvolvimento durante o governo Bolsonaro, mas disse que tinha deixado o cargo para se candidatar ao Senado, na época da reunião ministerial em que o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno afirmou, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se “tiver que virar a mesa é antes das eleições”. No encontro, Heleno também afirmou que era necessário agir “contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas”.

“Eu havia me descompatibilizado em março para ser candidato ao Senado da República, me parece que a reunião se refere ao mês de junho”, disse. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que era vice-presidente de Bolsonaro, também disse que não estava presente e, por isso, não saberia explicar a frase.
A declaração ocorreu durante reunião realizada em julho de 2022. Um vídeo da reunião foi obtido pela Polícia Federal (PF) em um computador apreendido na casa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A transcrição da reunião é citada na decisão de Moraes, que autorizou a operação da Polícia Federal desta quinta, que investiga uma investiga uma tentativa de golpe de Estado e mirou Bolsonaro e aliados. Heleno foi alvo de mandados de busca e apreensão.

anuncie

design grafico