O preço médio da gasolina comum nos postos de abastecimento do Rio Grande do Norte é o segundo maior do Nordeste, de acordo com o levantamento mais recente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustível (ANP). O combustível que sai das bombas está sendo vendidas, por litro, a R$ 7,665.
Este valor só fica atrás do que é pago por média pelos piauienses. Os moradores daquele estado gastam R$ 8,13 por um litro de gasolina comum para abastecerem seus veículos.
Os valores divulgados pela ANP são relativos à terceira semana deste mês de abril – entre os dias 17 e 23 -, a partir do Sistema de Levantamento de Preços (SLP). A agência acompanha as variações de forma mensal e semanal, tanto por estados, regiões, municípios e a nível nacional.
A título de comparação, a Paraíba é a última do ranking nordestino de preços da gasolina comum. O preço médio nas bombas do estado vizinho na semana passada, segundo a ANP, estava no patamar de R$ 7,036, mais de 60 centavos abaixo do cobrado no RN.
A pesquisa leva em conta os valores de 59 postos de abastecimento do Rio Grande do Norte, onde o menor preço encontrado foi de R$ 7,49 e o maior, R$ 7,79.
O valor pago pelos potiguares por um litro de gasolina comum segue a tendência de alta registrada em todo o Brasil. Segundo os dados do SLP, o preço médio no país do dia 17 ao dia 23 foi de R$ 7,27. O preço é o mais alto já registrado pela ANP, após a segunda semana seguida de aumento do valor médio ao consumidor da gasolina comum.
O recorde anterior foi verificado na semana de 13 a 19 de março, quando o combustível estava sendo vendido a R$ 7,267, que tinha sido a primeira vez que o valor ficava acima de R$ 7.
Os valores do SLP da ANP indicam que na terceira semana de abril, a média por região foi menor no Sul, com R$ 7,109, e maior no Centro-Oeste, com R$ 7,440. O maior valor encontrado para a gasolina foi R$ 8,559 e o menor, R$ 6,190.
Na semana anterior, de 10 a 16 de abril, o preço médio do litro da gasolina no país estava em R$ 7,219 e, na semana de 3 a 9 de abril, em R$ 7,192. O aumento verificado da segunda para a terceira semana de abril foi de 0,7%. Na semana anterior, o crescimento havia sido de 0,37%. A pesquisa envolveu 5.235 postos de abastecimento.
A escalada do preço da gasolina se acentuou no ano passado. A primeira vez que o litro da gasolina comum passou de R$ 5 foi em março do ano passado, quando os postos do país cobraram, em média R$ 5,484 pelo litro do combustível. Em setembro do ano passado, o valor atingiu R$ 6,078.
A política de Preço de Paridade Internacional (PPI) da Petrobras foi adotada em outubro de 2016, fazendo com que o preço dos derivados de petróleo no País fossem calculados com base nas variações no mercado internacional. O valor passou, então, a ser fortemente influenciado pelas mudanças no preço do dólar e do barril de petróleo e sujeito a reajustes mais frequentes, que chegaram a ser diários.
Gás
O preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de 13 quilos, o gás de cozinha, bateu recorde histórico neste mês de abril, atingindo a maior média mensal real, descontada a inflação, desde o início da série histórica do levantamento de preços da ANP, iniciada em 2001.
O botijão de 13kg é vendido no Brasil a um valor médio de R$ 113,48, segundo a ANP, representando 9,4% do salário mínimo, o patamar mais elevado desde março de 2007 – quando o botijão custava R$ 33,06 e o salário mínimo era de R$ 350.
O levantamento é do Observatório Social da Petrobras (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), com base no preço médio mensal do GLP e na média de valores semanais de revenda no mês de abril, divulgados pela ANP.
Os dados mostram que em março passado, o gás de cozinha já tinha alcançado o maior preço médio real da série histórica, sendo vendido a R$ 109,31. Antes disso, o recorde tinha sido registrado em novembro de 2021, com o preço médio de R$ 106,50.
Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o gás de cozinha voltou a comprometer o salário mínimo na mesma proporção de 2007.
“Nesses 15 anos, com a manutenção do preço do gás de cozinha e a valorização do salário mínimo, essa proporção foi caindo, mas houve uma inversão em 2017 com a alta dos valores do GLP e o aumento real do salário mínimo”, ressalta.
Essa mudança de cenário, completa o economista, trouxe um primeiro efeito imediato, que foi o crescimento do uso de lenha pelas famílias brasileiras.
“Entre os anos de 2013 e 2016, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a população consumia mais GLP do que lenha. Mas a partir de 2017, a lenha voltou a ser mais utilizada do que o gás de cozinha nas residências do País. E, em 2020, esse consumo já era 7% maior do que o de GLP”, afirmou Dantas.