A bacia Potiguar no Rio Grande do Norte terá os blocos mais concessionados no terceiro ciclo da venda permanente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustível (ANP), que se realizará na quarta-feira de manhã (13). Haverá no total 379 concessões no leilão, com 347 blocos em terra e 32 no mar. Em torno dos campos e regiões de produção da Petrobras vendidos pela empresa estatal no Estado, agora sob a administração da PetroRecôncavo e da 3R Petroleum, serão leiloados 176 blocos de exploração.
Na sequência da invasão russa da Ucrânia em Fevereiro, os preços do petróleo no mercado mundial dispararam, criando uma grande expectativa para o leilão.
Para além dos campos de água rasa da Pescada/Arabaiana, a 3R Petroleum gere os postes de Macau, Areia Branca, e Potiguar. A Petrobras finalizou um contrato para a venda do Polo Potiguar no final de Janeiro. Entretanto, em 2019, a PetroRecôncavo adquiriu os 34 campos do Polo Riacho da Forquilha. É o negócio principal da Potiguar E&P, os distribuidores de gás natural Potigás e PBGás, que ganharam concursos públicos. Ambas as empresas se inscreveram para o leilão.
Esse é o único leilão de áreas exploratórias programadas, até o momento, para 2022. São áreas terrestres nas bacias Potiguares, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano. No mar, serão ofertados blocos em Santos e Pelotas, em dois setores em águas profundas.
Pelas regras do leilão, cada um dos 13 setores recebeu pelo menos uma manifestação de interesse. Existem atualmente 79 empresas inscritas no leilão. Elas têm até 14 de março para apresentar garantias de oferta adicionais.
As áreas em oferta na Bacia Potiguar também circundam os campos de Galo de Campina, Arribaçã, João de Barro, Iraúna, Rolinha e Campainha Azul, operados pela Imetame Energia.
Sergipe-Alagoas
As 61 áreas exploratórias que serão ofertadas na Bacia de Sergipe-Alagoas podem ser oportunidade para novos entrantes e upside exploratório para a Origem Energia, que tem seus campos margeando todos os blocos exploratórios que serão ofertados no leilão de abril.
A empresa fechou recentemente a aquisição do Polo Alagoas, da Petrobras, que tem sete campos, sendo seis terrestres e um em águas rasas. Produção média do polo em 2021 foi de 1,62 mil bpd de óleo e condensado e 550 mil m³/d de gás, gerando 0,81 mil bpd de LGN.
O fechamento da operação vai permitir à Origem Energia fornecer gás natural para a Algás, distribuidora de Alagoas. A empresa foi vencedora da chamada pública realizada pela estatal, que ofertou até 740 mil m³/dia pelo período de 2 anos. A Origem já fechou com a TAG a contratação na malha de dutos para o transporte do gás natural.
Áreas em duas bacias
No 3º ciclo da oferta permanente, também poderão ser contratadas 89 áreas na Bahia, sendo 74 na Bacia do Recôncavo, pioneira da produção de petróleo no país, e outras 15, em Tucano Sul.
Os blocos estão próximos de projetos exploratórios e campos de produção da Imetame, Petrobras, PetroRecôncavo, 3R Petroleum, Origem Energia, Petroborn e Alvopetro.
A PetroRecônavo é a mais antiga operadora privada da região, operando áreas no Recôncavo desde 2000. A produção atual está na casa de 8.200 boe/dia, vinda de 26 concessões, sendo 12 operadas diretamente, cinco pela Recôncavo E&P e outras nove pela SPE Miranga, que controla o polo Miranga, comprado da Petrobras.
O polo compreende os campos terrestres de Miranga, Fazenda Onça, Riacho São Pedro, Jacuípe, Rio Pipiri, Biriba, Miranga Norte, Apraiús e Sussuarana.
Em dezembro, a empresa anunciou que fechou contrato de swap de gás natural com a Petrobras para a venda do gás produzido em todos os campos dos Polos Remanso e Miranga e processado na Unidade de Tratamento de Gás de Catu, na Bahia.
Em agosto de 2020, a 3R Petroleum adquiriu os campos terrestres de Água Grande, Bonsucesso, Fazenda Alto das Pedras, Pedrinhas, Pojuca, Rio Pojuca, Tapiranga e Tapiranga Norte, localizados nos municípios de Catu, Mata de São João, Pojuca e São Sebastião do Passé.
Em Tucano Sul, Origem Energia opera os campos de Fazenda Matinha, Conceição, Quererá e Fazenda Santa Rosa, que são produtores de gás natural, próximos das áreas que serão licitadas. Os campos fornecem gás natural para a Bahiagás, em um contrato que prevê o suprimento de 150 mil m³/dia.
Números
347 – dos blocos ofertados no 3º ciclo da oferta permanente da Agência Nacional do Petróleo
são terrestres
32 – blocos ofertados estão localizados no mar, dos quais 23 na Bacia de Santos, e nove na Bacia de Pelotas
Espírito Santo tem dois setores em oferta
Serão 21 blocos terrestres na Bacia do Espírito Santo. São áreas próximas dos 27 campos terrestres adquiridos pela Karavan SPE Cricaré, parceria entre a Karavan O&G Participações e Consultoria (51%) e a Seacrest Capital Group Limited (49%).
Os 27 campos registraram produção média, de janeiro a junho de 2020, de cerca de 1,7 mil bpd de óleo e 14 mil m3/dia de gás. Os blocos também estão próximos dos campos de Lagoa Parda, Lagoa Parda Norte e Lagoa Piabanha, adquiridos pela Imetame no desinvestimento da Petrobras.
Nos oito primeiros meses de 2020, os três campos produziram 113,5 barris de óleo por dia (bpd) e 1,7 mil m³/dia de gás natural.
No mar, 32 blocos exploratórios
O 3º ciclo da oferta permanente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai ofertar ainda 32 blocos exploratórios no mar, sendo 23 na Bacia de Santos e nove, na Bacia de Pelotas. São dois setores de áreas exploratórias em águas profundas.
O setor SS-AP4, na Bacia de Santos, foi ofertado na 17ª rodada de licitações, realizada em 2021. A Shell arrematou dois blocos, sendo um sozinha e outro em parceria com a Ecopetrol.
O setor é margeado pelos campos de Neon e Goia, descoberta em desenvolvimento da produção pela Karoon. A empresa também possui na região a concessão do bloco S-M-1537, da 14ª rodada de licitações. Já em Pelotas, o setor SP-AP4, foi ofertado na 14ª rodada de licitações, em 2017, e não recebeu ofertas.