Patrício Júnior
Por esses dias chegou às minhas mãos a mais recente obra do poeta assuense, Professor Allan Dantas: “Todo grito é poesia”! Uma infinita certeza de que somos poetas no falar, no cantar, no chorar, no sorrir, no observar o imaginário que sonda e reside a alma dos poetas, nessa peleja quase insana de tentar descobrir por quais caminhos andam os que escrevem; quais veredas perdem-se e encontram-se os poemas derradeiros, os contos sutis e as sorrateiras ficções, novelas e tudo o mais que cabe e preenche o universo das palavras juntas feito almas gêmeas e desapegadas tal qual o andarilho nesse vasto mundo.
É muito agradável saber que as pessoas ainda saem de suas casas para conhecer a cria e saudar o criador e pensar com os olhos cerrados de que ainda há uma esperança da sobrevivência das letras escritas com cheiro de tinta no papel e capa de verdade, mesmo.
E de outro momento poético, também nesses dias que me cercaram, recebi das mãos da poetisa Niete Fonseca, o seu livro de poesias batizado de “Minha vida em poesias”, uma coletânea de momentos vividos por essa artista das letras suaves que sabe tão bem cotidianizar desde as suas mais tenras lembranças, até um salto aos seus dias atuais, sempre na sua Tabaçú, seu torrão, nosso chão! Duas obras distintas; duas almas vívidas e contemplativas.
Sorrí para essas duas obras como um menino (que sou) e que recebe um presente mais do que especial no dia do seu aniversário, mesmo não estando aniversariando, mas que o poeta e a poetisa em destaques tão bem ofereceram para mim e para tantos outros leitores a felicidade do alimento da alma posta à mesa da poética solicitude das palavras que nunca acabam e que resistem às intempéries do singular e do plural.
E que venham mais poesias, poetas, cantadores, repentistas, os artistas de rua, os artesãos, os escribas, os músicos, as Dianas, os pintores, os declamadores de toda ordem e (des)ordem também. Precisamos instigar, promover, participar, reagir, resistir, superar e fazer valer muito mais a Terra da Poesia nessa doce tentação poética de que a poesia nos cabe, completa, existe e que a arte é feita de todos nós e para todos, sem distinção.